quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Histeria

A histérica quer um mestre sobre o qual ela possa reinar” Lacan

Sintomatologia da histérica desafia até hoje os médicos, pois é um discurso sem sintoma. Na época clássica as portadoras desse mal eram queimadas na fogueira. Há registro dessa doença desde o Egito Antigo. Cerca de quatro mil anos atrás. E com o Freud, através de um estudo inédito passou a se descobrir o que realmente existe por de trás disso. Na verdade, trata-se de uma dificuldade de lidar com o sexo. Uma questão que atravessou séculos e mesmo com o advento da internet, por que as pessoas ainda hoje fazem sexo à distância? Por que um jovem sem problemas de ereção tem que usar Viagra?
Vem (do francês hystérie e este, do grego ὑστέρα, "matriz"). O termo tem origem no termo médico grego hysterikos, que se referia a uma suposta condição médica peculiar a mulheres, causada por perturbações no útero, hystera em grego.
            É um transtorno do discurso poli-sintomático onde todo o drama é o corpo. Histeria é diferente de epilepsia, pois costuma ser confundido por apresentar convulsão. As histéricas sofrem conversão. Tem problemas na sexualidade, pois não consegue assumir o desejo sexual.
            A sexualidade ultrapassou o campo genital, logo a histérica consegue gozar com o corpo todo. O tratamento antigamente era feito com hipnose, e análise. Essa última maneira de tratar surgiu graças ao Freud. Assim, antes dessa revolução na forma de tratar e até hoje a histeria desafia o saber médico. Um dado interessante é que muitas feiticeiras eram Histéricas e o tratamento dado na época, graças a Igreja Católica, foi a morte na fogueira.
            Os homens apresentam histeria tanto quanto as mulheres, devido à impotência sexual (de natureza não orgânica); o homem precisa da mulher para ter ereção. Ou graças à ejaculação precoce. No geral, os homens têm medo das mulheres, por não saberem lidar com elas. E atualmente essa doença tem tido vários sinônimos, por exemplo, transtorno de stress pós-traumático.
            A principal questão da histérica é que não há relação sexual propriamente dita. O sexo do homem não complementa o da mulher. Pois é muito fácil a mulher perceber quando o homem goza, mas a recíproca não é verdadeira. Pois não é uma relação matemática, que muitas vezes encontra apoio na idéia de alma gêmea, a metade da laranja. Quando, na verdade, o desejo é quem une o homem à mulher e vice-versa!
            Transtorno de personalidade histriônica – DSM IV(Manual Diagnóstico e Estatístico de DSM IV)(antiga personalidade histérica). A característica essencial do transtorno da personalidade histriônica consiste de um padrão invasivo de emocionalidade excessiva e comportamento de busca de atenção, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos. Os indivíduos com transtorno da personalidade histriônica sentem-se desconfortáveis ou desconsiderados quando não são o centro das atenções (Critério 1). Freqüentemente animados e dramáticos, tendem a chamar a atenção sobre si mesmos e podem, de início, encantar as pessoas com quem travam conhecimento por seu entusiasmo, aparente franqueza ou capacidade de sedução. Tais qualidades, contudo, perdem sua força à medida que esses indivíduos continuamente exigem ser o centro das atenções. Eles requisitam o papel de "dono da festa".
            Quando não são o centro das atenções, podem fazer algo dramático (por ex., inventar estórias, fazer uma cena) para chamar a atenção. Esta necessidade freqüentemente se manifesta em seu comportamento diante do clínico (por ex., adular, trazer presentes, oferecer descrições dramáticas de sintomas físicos e psicológicos que a cada consulta são substituídos por sintomas novos).
            A aparência e o comportamento dos indivíduos com este transtorno com freqüência são, de maneira inadequada, sexualmente provocantes ou sedutores (Critério 2). Este comportamento é dirigido não apenas às pessoas pelas quais o indivíduo demonstra um interesse sexual ou romântico, mas ocorre em uma ampla variedade de relacionamentos sociais, ocupacionais e profissionais, além do que seria adequado para o contexto social. A expressão emocional pode ser superficial e apresentar rápidas mudanças (Critério 3). Os indivíduos com este transtorno usam consistentemente sua aparência física para chamar a atenção (Critério 4).
            Eles empenham-se excessivamente em impressionar os outros com sua aparência e despendem tempo, energia e dinheiro excessivos para se vestir e se arrumar. Eles podem "caçar elogios" pela sua aparência e se aborrecer com facilidade e em demasia por algum comentário crítico acerca de como estão ou por uma fotografia na qual, em sua opinião, não saíram bem.
            Esses indivíduos têm um estilo de discurso excessivamente impressionista e carente de detalhes (Critério 5). Fortes convicções em geral são expressadas com talento dramático, porém com um embasamento vago e difuso, sem fatos e detalhes corroborantes. Por exemplo, um indivíduo com Transtorno da Personalidade Histriônica pode comentar que determinado indivíduo é uma pessoa maravilhosa, porém ser incapaz de oferecer quaisquer exemplos específicos de boas qualidades que confirmem sua opinião.        Os indivíduos com este transtorno caracterizam-se por autodramatização, teatralidade e expressão emocional exagerada (Critério 6). Eles podem embaraçar amigos e conhecidos por uma excessiva exibição pública de emoções (por ex., abraçar conhecidos casuais com um ardor exagerado, soluçar incontrolavelmente em ocasiões sentimentais de pouca importância, ou ter ataques de fúria). Entretanto, suas emoções com freqüência dão a impressão de serem ligadas e desligadas com demasiada rapidez para serem profundamente sentidas, o que pode levar a acusações de que estão fingindo. Os indivíduos com transtorno da personalidade histriônica têm um alto grau de sugestionabilidade (Critério 7).Suas opiniões e sentimentos são facilmente influenciados pelos outros e por tendências do momento. Eles podem ser confiantes demais, especialmente em relação a fortes figuras de autoridade, a quem vêem como capazes de oferecer soluções mágicas para seus problemas. Eles apresentam uma tendência a curvar-se a intuições ou adotar convicções prontamente. Os indivíduos com este transtorno muitas vezes consideram os relacionamentos mais íntimos do que são de fato, descrevendo praticamente qualquer pessoa recém conhecida como "meu querido, meu amigo" ou chamando um médico visto apenas uma ou duas vezes sob circunstâncias profissionais por seu prenome (Critério 8). Devaneios românticos são comuns...

          

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